sexta-feira, 4 de outubro de 2013

REFÚGIO DE BACO

 Refúgio de Baco

Que lugar é esse onde vejo pessoas se procurando ou, ao contrário, querendo se desencontrar de si próprias?

Que lugar é esse onde surgem palavras, emoções e desejos, onde se expõem veias abertas e corações partidos?

Que lugar é esse, santuário de catarses, onde rir ou chorar é uma questão de tempo, obrigatória ou inevitável?

Lugar onde nos vêm as palavras, letras, canções, poesias e reminiscências mil, onde se deita e se deleita o poeta;

Lugar de noite, de dia, de sol e de lua, refúgio da mente, onde se chega vestida e em minutos já se está nua;

Lugar para comer, beber, dançar, despir-se de si mesma, onde de tudo se faz um pouco e, aos poucos, se desfaz de tudo;

Aqui, se prescinde da sobriedade, se abre mão da lógica, da coerência e da formalidade, porque aqui tudo é volátil.

Assim é esse lugar, talvez seja o refúgio de Baco.


Em homenagem à Lapa, refúgio de poetas, escritores, sambistas e sonhadores.



Marllon Uaki Furtado