sexta-feira, 11 de novembro de 2011

COM LICENÇA, PROFESSOR

Com licença, professor


Quando cismo de escrever

Não importa qual o tema

Seja lá sobre o que for

Vai sair algum poema


Mas, a Língua é exigente

Lhe requer conhecimento

Escorregando em norma culta

Pareço mesmo desatento


A Academia tem suas regras

Mas na poesia, nem esquento

Se tem rima, se tem métrica

Se tem a vírgula ou o acento


Se é só isso o que você olha

Devo errar em muitos versos

Mas que se dane a sua norma

Sou assim mesmo, controverso


Estar certo ou estar errado

É o que menos me importa

Minhas letras, elas são tímidas

Só entram se abrem a porta


Já dizia Manoel de Barros:

Tudo que não invento é falso

Foi com ele que eu aprendi

Que num poema, tudo posso


É por isso que eu te digo:

Com licença, professor

Esse é só mais um poema

Sem frescura, sem rigor.    

Marllon Uaki Furtado

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