sábado, 19 de novembro de 2011

SER OU NÃO SER

SER OU NÃO SER?
Monólogo de mim comigo

Desde cedo, uma pergunta costuma freqüentar nossas conversas com os adultos, que sempre dizem para a gente estudar para ser alguém na vida. E eles nos perguntam:

- O que você quer ser quando crescer? - Meus pais, amigos e parentes sempre insistem em querer saber. E assim me põem a pensar.

- E eu? O que acho de tudo isso? Sinceramente, não sei. E acho que nem posso saber, pois, se eu não sou, eu não sei. Para saber, tenho que primeiro ser. Ou será que o saber antecede o ser?

- Bom, o fato é que, se serei, ainda não sou, logo, o que seria então hoje este meu não ser, um devir que se consumará numa titulação ou numa posição social? Acho que é disso que eles estão falando.

- Ah, agora acho que entendi. Deve ser isso mesmo. Então, agora posso responder a essa pergunta que há tanto nos persegue.

- Quer saber? Não sei. Sinceramente, continuo não sabendo. Talvez se soubesse não teria graça alguma a vida, aquilo que lhe dá um certo tempero, pois deve ser muito chato a gente saber o futuro, né!?

- Afinal de contas, o que seria de nós se, por exemplo, soubéssemos que jamais conseguiríamos ser aquele tão famoso médico que imaginamos desde criança, ou aquele homem rico e influente na sociedade, e que na verdade não passaríamos de um mero anônimo trabalhador, pai de família da classe média baixa, que passou a vida na sua rotina sempre amargando o seu não ser, aquilo com que sempre sonhou e que até então não se concretizou!?

- Realmente, deve ser muito chato isso. Então, resolvi que a esta pergunta eu digo: passo.

- E assim, prefiro continuar a não querer saber sobre o ser ou não ser,
simplesmente sendo.

                                                         Marllon Uaki Furtado

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